quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Testemunhas de Jeová: Bom exemplo de pacifismo?

Fui testemunha de Jeová por 20 anos e o que muitos não sabem é o que está envolvido em sua recusa de prestação de serviço militar. Embora o governo brasileiro tenha a provisão de aceitar uma declaração formal de que a pessoa é um objetor de consciência, isso implica em que a pessoa, que assim o requer, perca todos os seus direitos civis, não possa tirar título de eleitor e nem participar de concurso público. Além disso, tal perda acarreta dificuldades para obtenção de vaga de trabalho em algumas empresas devido à questão da pessoa mão possuir o título de eleitor: ou seja, a vida profissional futura de tal jovem fica totalmente comprometida. 
Ademais, visto que esse grupo religioso desencoraja fortemente os membros jovens a cursarem faculdade e de se empenharem por uma carreira profissional para que se dediquem cada vez mais ao trabalho de proselitismo do movimento, vê-se que tal atitude é danosa a esses jovens. 
Ainda há a questão de que até 1996 elas não aceitavam, em hipótese alguma, a prestação do serviço civil alternativo que alguns governos oferecem em lugar do serviço militar. Depois que a liderança delas resolveu mudar o entendimento acerca desse assunto, a partir daquele ano passaram a deixar ao encargo da consciência dos jovens testemunhas aceitarem ou não tal alternativa. Mas, o que dizer do prejuízo causado por tal norma errônea que vigorou até 1996? Sei de muitos jovens TJs que foram presos e perderam seus anos preciosos de juventude por causa de uma norma arbitrária e antibíblica.
Então acho que as TJs não são um bom exemplo neste aspecto e eu discordo totalmente de tal visão que proíbe que o cristão sirva a sua pátria. Até porque temos exemplos bíblicos de soldados que foram batizados por João Batista e o próprio Cornélio gentio que era oficial militar e a Bíblia não diz nada que eles tiveram que abandonar a sua carreira militar, como é solicitado àqueles que quiserem ser TJs caso sejam militares hoje. 
Creio que a questão é servir como não combatente para aqueles que objetam ao serviço militar sem que isso acarrete prejuízo para a vida futura dos jovens como ocorre infelizmente com os jovens TJs, e a grande maioria das pessoas de fora não sabe disso.

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